25 Abril... é feriado! Sabe porquê?
Estou indignada... mas acima de tudo estou com o nosso PR! Ele falou de nós na Assembleia!!!
Eu sou da era pós 25 de Abril 1974.
Custa-me imaginar viver na repressão, em perseguição, numa ditadura de pedra e cal... é que eu nasci logo a seguir, na frescura da nova democracia (uma democracia encomendada especialmente para Portugal, eu acho.)
Não tenho noção do perigoso que seria juntar mais de 3 pessoas num passeio a conversar, não poder defender as minhas ideias, não poder ser livre!
Porém, e porque os meu pais foram jovens de Abril, interessei-me por entender como se sentiram nesse dia (apesar do Pai, por via das duvidas, ter pensado ir uns dias à terra... A Mãe ia às "manifs", era do sindicato, era muito "à frente"!) Gosto de ver o "Conta-me como foi" com eles! Adoro! O antes e depois...
Uma das melhores pessoas do Mundo (que por acaso era da minha família mas de uma geração anterior à dos meus pais), foi, pela sua bondade, uma vitima do regime.
Isto, até há poucos anos atrás, era tabu... Ninguém sabia que ele teve os rendimentos congelados durante anos a fio só porque ajudou outras pessoas a "dar o salto". Como era muito generoso, fazia mais coisas em prol do bem estar dos outros, em troca de nada!
Como é que ele vivia? Por aqui, por ali... Entre outras coisas, ele vivia assombrado.
O ano da revolução terá sido bom para ele! Passou a viver sem medo. Sem fugir! Sem ter mais do que a sua sombra atrás...
Entendo que, para muitas famílias e até para alguns membros da minha, esse dia de 1974 tenha sido menos bom (ou péssimo mesmo).
Bom, isto tudo para dizer que entendi o significado das musicas, da revolta, o que a revolução sem sangue quis dizer... ou melhor, o seu objectivo.
Sei quem foi Salgueiro Maia, o Salazar, o Otelo Saraiva de Carvalho, o Mário Soares, o Álvaro Cunhal, o Sá Carneiro, o Marcelo Caetano, o Spinola, o Joaquim Furtado, entre outros. Entendi o que "deu na cabeça" das tropas para invadirem o sitio dos ministérios. Sei que não foi a primeira tentativa de "golpe de estado". Percebo que PIDE, apesar de ser a Policia do Estado, não tinha o mesmo sentido de policiamento de hoje em dia.
Até sei a letra do "Depois do adeus", da "Grândola" e doutras musicas contemporâneas... Que a Emissora Nacional, o RCP não têm qualquer semelhança com a Rádio de hoje. Já para não falar na RTP!
Percebo que a mudança de regime para uma democracia trouxe muitas melhoras, muita evolução... (olha olha... se os revolucionários tivessem net e blogs e telemóveis! ui)
Questiono porém se souberam criar esta jovem democracia...
Questiono o que o meu querido familiar diria se estivesse cá hoje...
Não tenho muito interesse pela politica, não tenho fortes convicções partidárias, apesar de simpatizar com alguns ideais...
Tenho muitas questões, eu... isso dava pano para mangas!
Mas tenho ainda mais um assunto que me preocupa:
Toda a minha gente sabe que é feriado (que fixe!!! 'tá bom tempo).
Hoje acordei de manhã e, como habitualmente, liguei a tv (por acaso não ficou ligada toda a noite porque tem temporizador!!!). Vi as noticias onde apareciam, naturalmente as comemorações do 25 de Abril.
Ouvi o PR. Não podia deixar de concordar com as observações dele e o objecto de estudo que levou à AR!
Depois ouvi o PM... fiquei indignada com este ultimo porque desculpa a ignorância dos jovens com "falta de tempo"... Acho que não têm que ser desculpados mas sim estimulados a ultrapassar estes "handicaps", vá lá...
Pouco depois vi e ouvi pessoas de várias gerações (avós, pais, filhos, netos) a serem entrevistadas, em plena baixa lisboeta, em pleno Terreiro do Paço. O assunto era inevitavelmente o que teria acontecido ali naquele dia há 34 anos atrás...
Só uma cidadã brasileira tinha a noção que foi a revolução do final da ditadura na "cidadji dji Portugau"... todo o resto inventou, fugiu, apanharam o "15", assumiu que não sabia...
Depois, noutro programa qualquer, ouvi uma jovem em idade escolar a dizer que foi a primeira guerra mundial em Portugal... (entre outras barbaridades). Dois ou três cidadãos do leste da Europa também sabiam! Era o dia da liberdade!
Outros, em Lisboa, de Lisboa, na casa dos 30 anos não sabiam que existia o quartel do Carmo... Nem que os tanques tinham chegado a Lisboa... Ah! do cravo sabiam (também, havia tantos por ali...) mas não entendiam o porquê da florinha no cano da arma... E ainda se riam... Não se interessam por politiquices... Falamos de politica? É da minha vista ou falamos de HISTÓRIA???
QUEM É QUE TEM CULPA DISTO? (não foram os jornalistas que escolheram os entrevistados a dedo, pois não?)
Nem novos, nem menos novos nem os velhos sabem responder a questões destas...
Algo se passa... Seriam os nervos por causa da câmara??? Espero que sim!
Eu não sei tudo, não quero, estou MUITO longe disso... Mas, caramba, fiquei traumatizada...
Pronto... já disse! Agora podem insultar-me ou dizer que eu tenho a mania...
Eu sou da era pós 25 de Abril 1974.
Custa-me imaginar viver na repressão, em perseguição, numa ditadura de pedra e cal... é que eu nasci logo a seguir, na frescura da nova democracia (uma democracia encomendada especialmente para Portugal, eu acho.)
Não tenho noção do perigoso que seria juntar mais de 3 pessoas num passeio a conversar, não poder defender as minhas ideias, não poder ser livre!
Porém, e porque os meu pais foram jovens de Abril, interessei-me por entender como se sentiram nesse dia (apesar do Pai, por via das duvidas, ter pensado ir uns dias à terra... A Mãe ia às "manifs", era do sindicato, era muito "à frente"!) Gosto de ver o "Conta-me como foi" com eles! Adoro! O antes e depois...
Uma das melhores pessoas do Mundo (que por acaso era da minha família mas de uma geração anterior à dos meus pais), foi, pela sua bondade, uma vitima do regime.
Isto, até há poucos anos atrás, era tabu... Ninguém sabia que ele teve os rendimentos congelados durante anos a fio só porque ajudou outras pessoas a "dar o salto". Como era muito generoso, fazia mais coisas em prol do bem estar dos outros, em troca de nada!
Como é que ele vivia? Por aqui, por ali... Entre outras coisas, ele vivia assombrado.
O ano da revolução terá sido bom para ele! Passou a viver sem medo. Sem fugir! Sem ter mais do que a sua sombra atrás...
Entendo que, para muitas famílias e até para alguns membros da minha, esse dia de 1974 tenha sido menos bom (ou péssimo mesmo).
Bom, isto tudo para dizer que entendi o significado das musicas, da revolta, o que a revolução sem sangue quis dizer... ou melhor, o seu objectivo.
Sei quem foi Salgueiro Maia, o Salazar, o Otelo Saraiva de Carvalho, o Mário Soares, o Álvaro Cunhal, o Sá Carneiro, o Marcelo Caetano, o Spinola, o Joaquim Furtado, entre outros. Entendi o que "deu na cabeça" das tropas para invadirem o sitio dos ministérios. Sei que não foi a primeira tentativa de "golpe de estado". Percebo que PIDE, apesar de ser a Policia do Estado, não tinha o mesmo sentido de policiamento de hoje em dia.
Até sei a letra do "Depois do adeus", da "Grândola" e doutras musicas contemporâneas... Que a Emissora Nacional, o RCP não têm qualquer semelhança com a Rádio de hoje. Já para não falar na RTP!
Percebo que a mudança de regime para uma democracia trouxe muitas melhoras, muita evolução... (olha olha... se os revolucionários tivessem net e blogs e telemóveis! ui)
Questiono porém se souberam criar esta jovem democracia...
Questiono o que o meu querido familiar diria se estivesse cá hoje...
Não tenho muito interesse pela politica, não tenho fortes convicções partidárias, apesar de simpatizar com alguns ideais...
Tenho muitas questões, eu... isso dava pano para mangas!
Mas tenho ainda mais um assunto que me preocupa:
Toda a minha gente sabe que é feriado (que fixe!!! 'tá bom tempo).
Hoje acordei de manhã e, como habitualmente, liguei a tv (por acaso não ficou ligada toda a noite porque tem temporizador!!!). Vi as noticias onde apareciam, naturalmente as comemorações do 25 de Abril.
Ouvi o PR. Não podia deixar de concordar com as observações dele e o objecto de estudo que levou à AR!
Depois ouvi o PM... fiquei indignada com este ultimo porque desculpa a ignorância dos jovens com "falta de tempo"... Acho que não têm que ser desculpados mas sim estimulados a ultrapassar estes "handicaps", vá lá...
Pouco depois vi e ouvi pessoas de várias gerações (avós, pais, filhos, netos) a serem entrevistadas, em plena baixa lisboeta, em pleno Terreiro do Paço. O assunto era inevitavelmente o que teria acontecido ali naquele dia há 34 anos atrás...
Só uma cidadã brasileira tinha a noção que foi a revolução do final da ditadura na "cidadji dji Portugau"... todo o resto inventou, fugiu, apanharam o "15", assumiu que não sabia...
Depois, noutro programa qualquer, ouvi uma jovem em idade escolar a dizer que foi a primeira guerra mundial em Portugal... (entre outras barbaridades). Dois ou três cidadãos do leste da Europa também sabiam! Era o dia da liberdade!
Outros, em Lisboa, de Lisboa, na casa dos 30 anos não sabiam que existia o quartel do Carmo... Nem que os tanques tinham chegado a Lisboa... Ah! do cravo sabiam (também, havia tantos por ali...) mas não entendiam o porquê da florinha no cano da arma... E ainda se riam... Não se interessam por politiquices... Falamos de politica? É da minha vista ou falamos de HISTÓRIA???
QUEM É QUE TEM CULPA DISTO? (não foram os jornalistas que escolheram os entrevistados a dedo, pois não?)
Nem novos, nem menos novos nem os velhos sabem responder a questões destas...
Algo se passa... Seriam os nervos por causa da câmara??? Espero que sim!
Eu não sei tudo, não quero, estou MUITO longe disso... Mas, caramba, fiquei traumatizada...
Pronto... já disse! Agora podem insultar-me ou dizer que eu tenho a mania...
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