"Às meninas do lado"

Uma destas noites abandonámos tudo e todos e fomos tomar um chá a um sitio qualquer...
Como sempre, há quase 20 anos, falamos, falamos, falamos... Tanto que quase ficamos sem saliva...
Na mesa ao lado, não imediatamente ao lado, estava um senhor que de vez em quando olhava para nós...
Um homem sozinho a olhar para duas raparigas... Tudo natural, normal...
Escrevia, escrevia, escrevia...
Até que decidiu levantar-se e interromper a nossa conversa.
Decidiu abordar-nos dizendo que a nossa cumplicidade era notória, que nos completávamos e que falávamos mais sem palavras... não tínhamos necessidade de explicar tudo verbalizando...
Deixou-nos um papel, com este titulo, com o seguinte texto:

"O Amor não se define em palavras
Sente-se como um luar
que cai gota a gota
pingando sobre as cabeças dos amantes

Descrevam arcos, seres mitológicos
E brinquem
com a febre dos dedos
e com a alegria de ser jovem..."

Ele chamou-lhe poesia... Assinou, datou e estragou tudo dizendo:

"se quiserem podem deixar uma imperialzinha paga, que eu agradeço..."
Oh inclemência...

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