Há coisas que arrepiam... sempre!

"
Minha laranja amarga e doce
Meu poema
feito de gomos de saudade
Minha pena
pesada e leve
Secreta e pura
Minha passagem para o breve
Breve instante da loucura

Minha ousadia, meu galope, minha rédea,
Meu potro doido, minha chama,
Minha réstia
de luz intensa, de voz aberta
Minha denúncia do que pensa
Do que sente a gente certa

Em ti respiro, em ti eu provo
Por ti consigo esta força que de novo
Em ti persigo, em ti percorro
Cavalo à solta pela margem do teu corpo
Minha alegria, minha amargura,
Minha coragem de correr contra a ternura

Minha laranja amarga e doce
Minha espada,
poema feito de dois gumes
Tudo ou nada
Por ti renego, por ti aceito
Este corcel que não sossego
À desfilada no meu peito

Por isso digo canção castigo
Amêndoa, travo, corpo, alma
Amante, amigo
Por isso canto, por isso digo
Alpendre, casa, cama, arca do meu trigo
Minha alegria, minha amargura
Minha coragem de correr contra a ternura
Minha ousadia, minha aventura
Minha coragem de correr contra a ternura"

("Cavalo à solta" - J.C. Ary dos Santos)

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